Como responder aos desafios de reskilling e upskilling?
Os programas de reskilling e upskilling são vitais para reter talento e garantir o sucesso das empresas. Como responder a estes desafios?
As alterações constantes no mercado — acompanhadas de formas híbridas de trabalho — e a evolução da tecnologia exigem o desenvolvimento de novas competências nas empresas. Neste âmbito, surgem dois caminhos: a contratação de colaboradores com essas novas aptidões almejadas ou a aposta na qualificação interna dos quadros. É aqui que entram conceitos fundamentais como reskilling e upskilling.
Aliás, não seria viável as empresas contratarem novos colaboradores sempre que quisessem ou precisassem de adicionar novos skills à sua equipa. Por isso, é tão necessária uma aposta no desenvolvimento das capacidades das pessoas. Assim, oferecem-lhes perspetivas de futuro e, simultaneamente, garantem a existência das qualificações adequadas para impulsionar o crescimento do negócio.
Os caminhos do reskilling e do upskilling
Quando se aposta na qualificação dos colaboradores, revelam-se duas vias possíveis: reskilling e upskilling.
O reskilling
Falamos de reskilling quando está em causa a requalificação para mudanças de carreira e de funções. Isto acontece tanto nos casos em que, por exemplo, a tecnologia extingue postos de trabalho, como nos casos em que as pessoas decidem transformar a sua vida profissional e enveredar por novos desafios.
Aliás, isso ocorreu a muitos trabalhadores durante a pandemia, fase propícia à reflexão relativa às prioridades e ambições de cada um, tanto profissionais como pessoais. Este tópico tornou-se, então, crítico para alguns negócios, pois teve como consequência, por vezes, a perda de talento valioso.
Como afirma Patrice Low, vice-presidente dos recursos humanos da Cengage, em declarações à Harvard Business Review: “as empresas que não conseguirem ajudar a responder a algumas destas questões críticas vão perder grandes talentos.”
O upskilling
O período de pandemia também foi determinante para fomentar o upskilling nas corporações. Neste caso, focamo-nos não numa mudança profissional para o trabalhador, mas em adquirir novas competências dentro da mesma carreira, com o intuito de desempenhar melhor (ou de outro modo) as suas funções. É o caso, por exemplo, do pleno uso das ferramentas digitais, suportes para o desempenho de múltiplas tarefas.
Estas duas soluções foram (e são) cruciais para que as empresas possam reter talento, garantir o seu crescimento e até a sua sobrevivência. Em alguns casos, basta dar resposta às ambições dos colaboradores. Por outro lado, noutros é mesmo necessário as organizações apoiarem-nos no caminho em busca da satisfação profissional.
Como implementar programas de sucesso?
Uma coisa é perceber a importância do reskilling e do upskilling, outra é saber como implementar programas eficazes nesta matéria. Há três orientações que os líderes das empresas devem ter em consideração, segundo a Harvard Business Review:
- Conferir poder aos colaboradores para que se tornem donos do seu próprio desenvolvimento: em vez de se apresentar programas limitantes, deve manter-se o diálogo aberto para os trabalhadores manifestarem os seus interesses. Assim, torna-se mais fácil aliá-los aos objetivos operacionais e à correção dos gaps da organização.
- Demonstrar como foram materializadas as ideias: ao dar voz às pessoas, importa depois expor a aplicação prática das suas sugestões e discutir quais foram os resultados obtidos.
- Fornecer um roteiro: ao criar um programa de reskilling e upskilling devem ser traçados percursos em direção aos objetivos, enquanto se definem os marcos essenciais a alcançar, medidores do desempenho.
O futuro pertence, sem dúvida, às empresas capazes de evoluir, com uma força de trabalho em constante adaptação. Sabendo isso, em vez de arriscar assumir uma postura meramente reativa ou de antecipar cenários improváveis, a solução está em promover o diálogo.
Rui Rocheta
Regional Head – LATAM, Iberia e Turquia
Gi Group Holding