Desemprego jovem em Portugal: desafios e oportunidades

O desemprego jovem em Portugal regista valores elevados, mas os desafios podem superar-se com as medidas certas. Descubra quais.

O desemprego jovem em Portugal continua em níveis bastante elevados — os dados recentes apontam, aliás, para valores que rondam os 20%. Contudo, há sinais animadores. A Organização Internacional do Trabalho, ou OIT, refere que a taxa de desemprego jovem em Portugal foi uma das que mais decresceu no panorama europeu, entre os verões de 2022 e 2023.

Mas o cenário exige, ainda, alguma cautela. A própria OIT deixa, então, um alerta: o desemprego mundial vai aumentar em 2024. Para os jovens, estas projeções revelam-se pouco animadoras, já que este grupo etário é o que está mais vulnerável às oscilações cíclicas, neste âmbito. Ainda assim, o desemprego jovem em Portugal pode e deve combater-se com medidas que incidam, sobretudo, no investimento na formação, na requalificação dos profissionais e em novas formas de contratação.

 

Qual é a taxa de desemprego jovem em Portugal?

Em 2023, vimos a taxa de desemprego jovem em Portugal aumentar para 20,3%, um pouco acima dos 19% de 2022. Apesar deste incremento, os valores estão longe dos níveis que se registaram durante as crises mais recentes.

Durante a crise financeira global (2008-10) e a crise da dívida soberana europeia (2011-14), os níveis de desemprego jovem dispararam, especialmente nos países do sul da Europa, de acordo com a OIT. Em Portugal, a taxa de desemprego jovem passou de 16,7%, em 2007, para um recorde de 38,1%, em 2013. Ainda assim, manteve-se bastante aquém dos 58,3% da Grécia, nesse ano.

Similarmente, a crise pandémica de COVID-19 desembocou na subida da taxa de desemprego jovem em Portugal, desta vez passando de 18,3%, em 2019, para 23,4%, em 2021.

Quais são as causas do desemprego jovem em Portugal?

O que acontece em Portugal não se distancia do cenário dos restantes países da Europa, sobretudo no que concerne aos ciclos económicos. Na verdade, quando as condições económicas se agravam, os jovens costumam deparar-se com o adiamento do início do emprego e o cancelamento de estágios. Mas por que motivo?

Nesse sentido, muitos deles são obrigados a aceitar cargos abaixo das suas qualificações. Por sua vez, aqueles que têm níveis de qualificação mais baixos enfrentam maiores dificuldades em aceder ao mercado de trabalho.

 

Quais as medidas para combater o desemprego juvenil?

As soluções para resolver o desemprego jovem em Portugal passam, acima de tudo, pelo investimento na inovação. Só assim é que as empresas poderão absorver esta força laboral cada vez mais qualificada.

Além disso, revela-se imperativo apostar na formação profissional, que apresenta um duplo benefício:

  • Por um lado, as empresas conseguem reter talento, através de ações de formação que contribuam para o desenvolvimento das qualificações dos seus profissionais;
  • Por outro, a requalificação profissional — sobretudo através do reskilling — oferece um novo impulso aos jovens formados em áreas com baixa empregabilidade.

Ainda no âmbito da formação, o Observatório do Emprego Jovem destaca a aposta na formação profissional durante o ciclo escolar. Por meio da formação em contexto de trabalho, as empresas envolvem-se ativamente no processo de aprendizagem dos jovens, garantindo assim a sua adequação às exigências do mercado de trabalho. Trata-se, pois, de uma estratégia útil na missão de reduzir a taxa de desemprego jovem em Portugal.

Quando chegam ao mercado de trabalho, é igualmente importante que os jovens encontrem novas soluções. É, então, o caso do trabalho temporário, que pode ser uma porta de entrada valiosa para o universo laboral. Portanto, além de lhes permitir avaliar as áreas que melhor se adequam ao seu perfil, proporciona-lhes uma oportunidade para analisarem os domínios em que devem apostar em termos de formação, para colmatar as suas lacunas.

Os desafios relativos ao desemprego jovem em Portugal são muitos, mas existem muitas soluções a implementar — algumas das quais dependem dos próprios jovens. Uma das alternativas passa, pois, por bater à porta das empresas que os podem apoiar na procura de trabalho. Desse modo, garantem a maximização das suas oportunidades de emprego, devidamente moldadas às suas aspirações profissionais.

Thomas Marra

Country Manager
Gi Group Holding

Share this news

Descubra mais