Como encarar o desafio de recrutar e reter profissionais de TI?

A atração de profissionais de TI levanta vários desafios, numa fase decisiva para este setor. Saiba como encarar este processo.

Com a incessante evolução das Tecnologias de Informação (TI), a cultura de trabalho atual está a mudar rapidamente. Esta célere mudança espelha-se, aliás, em cinco grandes tendências: Inteligência Artificial, Big Data Analytics, Cloud Computing, Cibersegurança e 5G. Estas áreas revelam-se cada vez mais predominantes no dia a dia das organizações, oferecendo um renovado protagonismo aos profissionais de TI.

Assim, para não criarem um desfasamento relativamente a esta (r)evolução tecnológica, denota-se, entre as empresas, uma vontade crescente de apostar na digitalização dos seus recursos. Desse modo, existe uma procura cada vez maior por profissionais de TI altamente qualificados, que possam ajudar as organizações nessa transição, mantendo o seu grau de competitividade. No entanto, há um conjunto de desafios a considerar no recrutamento deste tipo de quadros.

Os desafios do recrutamento no setor de TI

De acordo com um estudo realizado pela Gi Group Holding, o panorama geral é, neste âmbito, bastante positivo. Por meio do inquérito de 6500 trabalhadores, de 13 países, conclui-se que este setor é perspetivado como um dos melhores para trabalhar. O nível de satisfação dos profissionais de TI é, aliás, o mais elevado, em comparação aos restantes setores. Regista, pois, 8,4 pontos, num máximo de 10.

Sendo assim, por que motivo é que as empresas manifestam dificuldades em encontrar indivíduos com competências digitais avançadas? Relativamente à falta de profissionais de TI, os empregadores dizem que chegam poucos currículos. De igual modo, os períodos de seleção revelam-se longos, sendo que também se denota uma escassez de candidatos com o perfil pretendido.

Contudo, os profissionais de TI oferecem-nos uma outra perspetiva, sublinhando os desafios a superar no que toca às políticas de retenção de talento.

profissionais de TI

O que procuram, afinal, os profissionais de TI?

Entre as principais queixas dos trabalhadores da área de TI, importa frisar a discrepância entre aquilo que as empresas oferecem e aquilo que os profissionais procuram. Ainda que as organizações exponham as suas razões, a verdade é que os profissionais de TI afirmam que as ofertas apresentam remunerações insatisfatórias. Além disso, relatam que, muitas vezes, a função a que se candidatam não corresponde às expectativas. Naturalmente, isto afasta os profissionais para outras ofertas mais atrativas.

De acordo com o estudo da Gi Group Holding, que se debruça sobre as tendências globais de Recursos Humanos em 2024, para 49% dos profissionais de TI a principal prioridade é o rendimento. Analisando só o caso português, essa percentagem é ainda mais significativa, na ordem dos 55%.

Além dos salários, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional consiste num dos fatores preponderantes aquando da procura de emprego. Do mesmo modo, os profissionais portugueses consideram que as empresas têm dificuldade em atrair candidatos qualificados por não promoverem um modelo de trabalho flexível.

A questão da gestão do stress assume, igualmente, uma especial importância neste quadro. Apesar da atratividade do setor, assim como dos seus elevados níveis de satisfação, os profissionais de TI dizem que os empregadores falham no controlo do stress no trabalho. Por fim, em matéria de progressão de carreira também há alguma deceção.

Estratégias para atrair profissionais de TI

As empresas precisam, de facto, de repensar a forma como estão a realizar o recrutamento dos seus profissionais de TI. Num setor com um crescimento tão exponencial, e percebendo o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho, revela-se essencial ouvir as queixas dos profissionais, procurando ir ao encontro das suas aspirações.

Atrair e reter talento nesta área implica, portanto, reavaliar não só a oferta salarial, mas ainda os benefícios oferecidos ao trabalhador. Por exemplo, uma das queixas mais comuns entre os profissionais de TI portugueses prende-se com o facto de as empresas não oferecerem um regime de trabalho flexível. Estará, então, na hora de apostar num regime de trabalho híbrido, não exigindo que o trabalhador tenha de estar no local de trabalho todos os dias?

O setor atravessa um momento determinante, sendo importante privilegiar o bem-estar dos profissionais de TI — inegavelmente, o motor da transformação das empresas no caminho da digitalização.

Thomas Marra

Country Manager
Gi Group Holding

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