Green jobs: futuro do trabalho aliado à preservação do ambiente

O conceito “green jobs” está cada vez mais enraizado no vernáculo do mundo do trabalho. Descubra o seu impacto no futuro.

O futuro do trabalho está, sem dúvida, intimamente associado ao futuro do planeta. Por conseguinte, os chamados “green jobs” têm cada vez mais relevância nos esforços para a transição energética. Estas profissões, sobretudo focadas na sustentabilidade, têm assumido uma importância crescente, numa altura em que a discussão ambiental entra numa fase de urgência.

É verdade que o mercado de trabalho tem evoluído a uma velocidade estonteante, motivado por crises de saúde pública, financeiras e mesmo geopolíticas. No entanto, no meio de todos estes desafios, o ambiente é, muitas vezes, esquecido. Todavia, os fenómenos climáticos tornam-se lembretes constantes de que é necessário encarar com seriedade a concretização dos objetivos de sustentabilidade climática.

Portanto, ao falarmos de “green jobs” referimo-nos à adoção de políticas de ESG (Environmental, Social e Governance) pelas empresas, que assumem um papel preponderante nesta matéria.

 

O impacto dos green jobs na economia

Em primeiro lugar, importa definir “green jobs”. Estes correspondem a todas as profissões que praticam atividades que, de algum modo, protegem o ambiente ou promovem o desenvolvimento humano de forma sustentável. Engenheiros ambientais, técnicos de painéis solares, especialistas agrícolas e gestores de marketing verde, por exemplo, estão entre os cargos que conquistam terreno no mercado de trabalho.

Aliás, o Fórum Económico Mundial coloca os green jobs entre os empregos com mais rápido crescimento a nível global. Além disso, as suas previsões apontam para que estas profissões alcancem quase 14% do total do mercado laboral dos EUA até 2030.

Outras estatísticas animadoras revelam que o emprego no setor das energias renováveis deve chegar a mais de 38 milhões de postos no mundo até 2030 (contrastando com os apenas 13 milhões de 2021).

 

O trabalhador green

As estatísticas mencionadas são deveras relevantes, mas é nas competências do trabalhador que verificamos um verdadeiro impacto. Além dos green jobs, devemos também focar-nos em green skills.

Afinal, o conceito “green jobs” pode parecer redutor, pois dá a entender que só profissões com características muito específicas podem ser “verdes”. Mas não é assim! Na verdade, todas as profissões podem tornar-se sustentáveis e os profissionais devem priorizar o desenvolvimento de competências com uma vertente green.

Aliás, dados recentes demonstram que existe uma crescente procura por talento verde e profissionais com green skills. A revista Forbes destaca exatamente esse ponto: independentemente do cargo, um profissional com green skills terá mais oportunidades para conseguir emprego.


A importância da implementação de políticas de ESG

O impacto da transição energética no mercado laboral envolve, direta ou indiretamente, todas as áreas — da agricultura ao turismo, passando pelos setores da comunicação e da saúde. Portanto, nenhum setor específico assume sozinho a responsabilidade de promover o avanço dessa transição.

Contudo, a necessidade de acelerar a adaptação a novos modos de trabalhar (como a criação de mais green jobs) exige, claro, a superação de desafios. A transição para uma economia circular e verde colocará, assim, à prova a capacidade de reskilling e upskilling das empresas. Tal como na adoção de novas tecnologias, a evolução empresarial dependerá da preparação e da formação fornecidas aos profissionais para enfrentar estes novos desafios.

As políticas de ESG surgem, então, como elementos-chave, não só para a sustentabilidade, mas também para diferenciar as organizações. Atualmente, verifica-se uma exigência superior, vinda de parceiros e clientes, para as empresas mostrarem os seus esforços na promoção da sustentabilidade e da eficiência energética dos seus processos, independentemente do setor.

Além disso, as autoridades nacionais e internacionais também exigem transparência relativamente às iniciativas ambientais, sociais e de governação de cada empresa.

Assim, os green jobs e as green skills permitem que as empresas e os profissionais trabalhem em conjunto para protegerem o ambiente. Esta missão conjunta assumirá, decerto, cada vez mais preponderância até, eventualmente, tornar-se numa inevitabilidade.

Rui Rocheta

Chief Regional Officer Southwestern Europe & Latam
Gi Group Holding

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